Concentração: talvez a forma mais difícil que o ser humano tenha que enfrentar é um longo período de abstração, foco e atenção plena.
Concentração é a nossa capacidade de manter a atenção em algo, e para que isso seja possível precisamos fugir das distrações. Existem muitas distrações que nos tiram o foco o tempo todo. Se estamos em uma grande cidade, são os carros, aviões, máquinas, pessoas falando em simultâneo. E tantas outras coisas que são universais e cotidianas, como o telefone que toca, alguém que nos chama quando estamos atentos respondendo um e-mail, etc. Tudo isso pode nos distrair de forma muito intensa e frequente.
Isso sempre existiu e em toda parte do mundo, não é somente agora ou apenas nos grandes polos que temos motivos incontáveis para nos distrair.
É muito difícil manter a concentração e o foco em um mundo moderno.
Tentando uma solução para o problema de concentração, Hugo GernsBack, muitos anos atrás, inventou o “Isolador”. Isolador era algo como um capacete que quando colocado nas cabeças era capaz de isolar um pouco o barulho exterior, permitindo que o foco fosse mantido no que se estava fazendo.
Mas isso não foi o suficiente. Anos depois os fones de ouvidos foram adotados como forma de manter a concentração do momento e, assim, aumentar a produtividade. Bem como foram surgindo inúmeros livros e dicas de como aumentar o foco e produzir mais, independente dos ruídos externos.
No entanto, nesse mundo moderno e digitalizado com tantas opções disponíveis, as distrações ganharam força a ponto de nos tornarmos pessoas com pouquíssimo foco e um grau elevado de ansiedade. O melhor exemplo é a internet que mantém os usuários conectados o tempo todo, navegando de um lado para outro…
Tentamos ser pessoas multitarefas.
Mas não somos tão eficientes quando realizamos mais de uma atividade ao mesmo tempo, mesmo quando não concordamos com essa tese. Acreditamos que conseguimos assistir um documentário, por exemplo, enquanto olhamos nossas redes sociais. Na verdade, isso não é possível efetivamente. O fato é que algo vai ficar perdido, ou, pelo menos, não vamos absorver totalmente o conteúdo de um ou de outro.
O termo multitarefa surgiu na década de 60, quando se supunha que os computadores poderiam processar duas ou mais tarefas ao mesmo tempo. Mas muitos deles, mesmo sendo máquinas programáveis, até hoje não conseguem realizar tudo de uma só vez.
O mesmo acontece com nosso cérebro. Ele consegue processar vários pensamentos, mas por mais que supomos que todos aconteçam simultaneamente, eles se alternam com uma rapidez imperceptível.
Então, o que devemos fazer para melhorar nosso grau de concentração e manter o foco naquilo que estamos fazendo no momento?
Segundo especialistas, o ideal é manter o nosso cérebro focado em apenas uma tarefa por vez, sendo que, segundo pesquisas, conseguimos permanecer assim por 90 minutos, ou seja, cada tarefa é melhor executada quando damos total atenção a ela por até uma hora e meia. Depois disso precisamos de pausa para recuperar energia mental ou física.
Naturalmente que nem tudo funciona igual para todo mundo, mas é essa é uma temática aplicada com resultados satisfatórios.
Outra dica interessante é usar alguma plataforma de gerenciamento de tempo para organizar nossos afazeres diários. O mercado está repleto deles gratuitamente. Podemos citar a agenda do Google, o Trello, etc.
Estes planejadores podem ajudar a estruturar nossas tarefas e nossa rotina.
Claro que essa dica também não é perfeita e cada um de nós reage de forma diferente a esses gerenciadores.
Além disso, algumas outras dicas que citamos em um texto anterior, podem ajudar, mas tudo isso está longe de ser a perfeição. Mesmo havendo inúmeras distrações que nos tiram o foco a cada minuto, o problema é muito mais profundo e geralmente reside em nossas mentes, que muitas vezes são, naturalmente aceleradas. Isso exige de cada um de nós uma busca individual e assertiva para melhorar a concentração necessária que cada situação determina.
Quando Hugo GernsBack apresentou o Isolador ao mundo, ele mesmo admitiu que mesmo que o silêncio reina, somos nossos próprios perturbadores na maioria das vezes.
Texto baseado na série Explicando – Mente, da Netflix.